domingo, 13 de junho de 2010
Poema de TORGA
Súplica
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
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:)
ResponderEliminarLindo demais.
ResponderEliminarCá para nós, que ninguém nos ouve, o "Tio" Adolfo é Grande. Às vezes esquecido, como só os maiores o são. Se calhar para ser relembrado.
ResponderEliminarQuanto ao poema, é demasiado belo para ser comentado.
Abraço.
Um dos meus 2 poemas favoritos, sendo o outro o Soneto de Aurélio Buarque de Holanda:
ResponderEliminarAmar-te – não por gozo da vaidade,
Não movido de orgulho ou de ambição,
Não à procura da felicidade,
Não por divertimento à solidão.
Amar-te – não por tua mocidade
- Risos, cores e luzes de verão -
E menos por fugir à ociosidade,
Como exercício para o coração.
Amar-te por amar-te: sem agora:
Sem amanhã, sem ontem, sem mesquinha
Esperança de amor, sem causa ou rumo.
Trazer-te incorporada vida fora,
Carne da minha carne, filha minha,
Viver do fogo em que ardo e me consumo.