quarta-feira, 30 de junho de 2010

domingo, 20 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Hoje, 18 de Junho de 2010, morreu em Lanzarote, JOSÉ SARAMAGO

Li-o desalmadamente antes de ser conhecido.
Ninguém o abordava na sessão de autógrafos numa feira do livro, em Lisboa. Falei-lhe, por ser pai da Violante, que andou comigo na Faculdade. Disse-lhe que admirava o seu humor e ele emendou: IRONIA. Isto foi há muitos, muitos anos...

O 1º livro que li de Saramago foi o "Manual de pintura e caligrafia" que o David Mourão Ferreira plagiou mais tarde. (Nunca o David Mourão Ferreira pensou que alguém leria um escritor obscuro, por isso o plagiou. Eu li os dois livros e sei do que falo!!!)

De Saramago digo:

Poucos homens tiveram ousadia e lucidez para pôr em causa o "status quo" intelectual, espiritual, filosófico e sócio-político. Este era um homem com uma serena inquietação, um aprendiz de deus (reparem que escrevo deus com letra pequena. Nada tem a ver com o nosso Deus!!! Atenção, eu não estou a brincar com a fé e crença das gentes como eu!!!). Era um homem intrínseca e infinitamente profundo. Ele conseguia engendrar novas visões de temas serôdios ou já gastos. Ele nunca teve intenção de gozar com as coisas, simplesmente inventava novos olhares profundíssimos sobre essas coisas. É preciso ser-se liberto de preconceitos ou mesmo conceitos, para vislumbrar a grande capacidade que Saramago tinha de revirar tudo e de... dar de novo. Inquietava, sem dúvida. Fazia-nos pensar.

Agora descansa? Não sei. Aquela mente dissipar-se-á inexoravelmente...

18 de Junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Porque me olhas assim?

“Os olhos amam primeiro
o coração vê depois”

Daniel de Sá








Porque me olhas assim?
O teu sorriso magmático, telúrico e enigmático, também morno e redondo, traz a nostalgia dos TEMPOS sem TEMPO.

Porque me olhas assim? Insidiosamente penetras-me, olhas-me por dentro até a minha alma se derramar em ondas de mar branco... Sustém-te!

Porque me olhas assim? ...talvez breve...talvez efémero esse teu olhar... pausado...

Porque me olhas assim? com esse olhar oblíquo, longínquo, e pousado... melancolia eterna?

Porque me olhas assim? Serenamente navegas ao sabor de carreiras de sonhos emoldurados de canseiras...e és tu?

Porque não olhas assim? Já nem olhas, já não vês, apenas desabaste os teus sentidos pelos corredores do universo...e ainda não voltaste!

Já não és tu, que me olhas assim...


Não me olhes assim...
Não me olhes!
Não quero que me olhes assim.
Porque me olhas? Assim...não me olhes
Porque me olhas assim?
Porque me olhas? Assim

Assim, sim!

...olha-me...assim...



...e o TEMPO veio...

...e o TEMPO foi...

....................................................................................................


Acordaste-me e mataste-me de manhã cedo, ao raiar do meu desejo e anoiteceste o meu corpo quando te esqueceste de nós.


...porque me olhaste assim?


E a alma resiste?



Margarida de Bem Madruga

domingo, 13 de junho de 2010

Poema de TORGA



Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Celeste Rodrigues - irmã de Amália



Foi recentemente agraciada com a medalha da cidade de Lisboa.



Esta é a minha Amiga e vizinha D. Celeste, que me ouve e aconselha. Disse-me ontem:

"Nós temos que ver mais além do que alcança a nossa vista"






Diz-me também que a velhice só amedronta se se não namorar. É preciso namorar, sempre namorar!




Celeste Rodrigues tem 87 anos e ainda canta para viver. Uma grande Mulher. Gosto muito dela.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Passeio c/ Jorge


Domingo à tarde, pelas ruelas de Lisboa...
Não levei a máquina fotográfica, mas o Jorge levou...
Adorei o passeio!









domingo, 6 de junho de 2010

Genuíno, meu rico primo Genuino





Quase na curva da estrada, ali no PALMO do GATO, entre as duas companhias, a de CIMA e a de BAIXO, isto é a meio da freguesia de S. JOÃO, ilha do Pico, num dia de inverno, 9 de Dezembro de 1950, ano Mariano, nasce este meu primo que agora vos apresento.

Genuino é o segundo filho, o primeiro do sexo masculino, de Maria da Conceição Goulart Madruga que casou aos 17 anos com Alexandre do Amaral Madruga, irmão de meu Pai.

A nossa avó paterna morreu de parto do 8º filho e dividiram seus filhos entre os parentes de S.João e das Bandeiras. Foi um castigo para aqueles meninos, que cresceram e se formaram a partir de todas as dores e saudades que a Vida lhes enviou. Foram forjados com uma têmpera de aço!

Tio Alexandre e meu Pai eram... tão próximos - 13 meses de diferença de idades!!! (era vê-los já idosos ao lado um do outro fazendo coisas em conjunto e não falavam. Não precisavam de falar, tão unidos eles eram). Casaram no mesmo ano de 1943.


...e a vida deu as voltas que tinha de dar...


Genuino era um menino rebitez.
Louro, magrito e rijo, cheio de certezas, tão engraçado que ele era! E levava sempre a sua àvante. Era como ele queria. Mas ele era esperto, muito esperto: sabia sempre o que queria e como queria. Nunca exigiu impossíveis. Tinha a noção exacta do que exigia. Deixava-nos andar no seu triciclo em troca sempre de algo. Se não houvesse troca que lhe agradasse, de certeza não emprestaria o seu triciclo.
...e isto com 5 anos de idade!!!

Desde cedo se evidenciaram nele as competências para o arrojo e aventura calculada. O medo nunca se gerou naquela cabeça de rapaz do Pico, que acima de tudo tinha que experimentar, para tirar conclusões. Foi assim que, numa das suas experiências, rebentou uma garrafa de gás... que não teve conclusões desastrosas, sabe-se lá porquê!

Porque era preciso estudar (!), dei-lhe explicações de Geometria Descritiva. Tinha um talento especial para as noções da geometria no espaço.
Apesar de toda a sua capacidade e inteligência, num dia de primavera de 1969, Genuíno diz-me: “Margarida, não vale a pena dares-me mais explicações. Vou desistir de estudar. VOU DEDICAR-ME À PESCA!!!”. Acabara de fazer 18 anos !

........................................................................................................................

Tudo o resto vocês sabem...

.........................................................................................................................

Meu primo, meu rico primo Genuíno, agora é que está passando o seu próprio CABO DAS TORMENTAS. Partiu o mastro. Está a 1900 milhas do Pico e só tem gasóleo para 800 milhas. Mas ele é tenaz. Improvisou uma vela e já hoje conseguiu andar 87 milhas. É obra!

SÓ AGORA É QUE TODOS VÃO PERCEBER DE QUE FIBRA E TÊMPERA É FEITO O MEU RICO PRIMO GENUÍNO...


Horta, 11 de Maio de 2009

Margarida de Bem Madruga

sábado, 5 de junho de 2010

1º Aniversário Chegada do Hemingway 2ª Volta ao Mundo

1º Aniversário Chegada do Hemingway
2ª Volta ao Mundo

Bem-vindos !

Domingo 6 de Junho 2010
1 ano depois da chegada.


.............................................CHEGANDO................................





...e, sem mastro, o herói chegou!








..............................................PARTINDO...............................




______________________

"Vens de dar a volta ao mundo
Vens de dar a volta à vida
Mar bravio, mar profundo
Teu barco, vela erguida
contra ventos, furacões
Navegando, em frente, em frente
na rota dos galeões
do Oriente para Ocidente
E tu, sozinho, a lutar
à luz sol, do luar
palmo a palmo,
milha a milha

Vencer
Glória pessoal
Glória para Portugal
Glória para a nossa ilha
Ilha pobre e orgulhosa
Foi nela que tu nasceste
Do teu povo que te tem
O amor que lhe mereceste
Um grande, grande amor
Nossa imensa gratidão
A boca diz,
Só te diz, o que diz o coração."

Poema de Dias de Melo dedicado a Genuíno Madruga

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Daniel de Sá relançou em Pta Delgada...

A ti, Daniel, meu Amigo:

Hoje, por uma nota que vislumbrei na internet, aproveitei e consolei-me a ver a sessão do relançamento dum teu livro, creio que "Ilha grande fechada".
E ainda dizem que a internet nos torna ensimesmados, já que a partilha e intercâmbio de ideias se torna um pouco mais solitária!!! Como sabes, preciso dum tu cá tu lá, olhos nos olhos, mas à falta de melhor, antes assim.
A aparência formal da sessão foi neutralizada pelo jeito descomprometido e descontraído de falar do Manuel Freire. Não consegui ouvir as tuas palavras, mas terão sido parcimoniosas, já que não perdes tempo com congeminações simplórias ou gratuitas. Cada tua palavra é uma pedra duma construção para a eternidade. Nada em ti é efémero, excepto a tua própria vida. Tudo o mais, saído de ti e materializado em palavras, é eterno, porque assim o quis Deus que te deu a verve e tens obrigação de a pôr ao seviço dos outros,isto é, ao nosso serviço.
BENZÓ DEUS!!!