quinta-feira, 1 de julho de 2010
Fui a Lisboa, mudar de ares (mas já voltei!)
É sempre preciso ter outros ares para não surgirem os limos com que a minha alma ficou coberta, durante os meses de Abril e Maio, nas nossas ilhas Pico-Faial. A chuva demais torna-nos irritados, peganhentos, com vontade de bater em alguém, com vontade de gritar a todos os ventos que não há direito de, nós criaturas de Deus, ficarmos submersos com estas lágrimas do céu. Mas porque é que o céu chora tanto? Digam-me lá se isto não é um desaforo. Anda uma pessoa feliz da vida porque voltou à casa paterna, reviver sonhos novos e antigos, estruturalmente mais madura do que em tempos de juventude e, de repente os céus resolvem “botar faladura”, isto é, andam a vingar-se daquilo que gente ignorante e pesporrente faz da Vida nesta terra. Eu não tenho culpa!!! Não vejo gentes como eu a fazer o menor lixo possível. Reciclo tudo. Já não fumo.... Não percebo a má catadura deste tempo...
Sei que tempos de seca virão. Sei que muita gente suplicará por umas gotas de chuva. Sei também que iremos pagar caro tudo isto. Pergunto: porque desapareceram os tanques de água da chuva que pululavam em toda a ilha do Pico? Havia e ainda há, um enorme em casa das tias, em S.João do Pico. Armazenava água para todo o ano. Nunca houve seca que nos deixasse sem água, e não havia água canalizada.
Agora toda a gente usa e abusa da água potável, canalizada. Ninguém se perturba em poupar. Acham que é fonte inesgotável. Haverá um dia em que seja tão caro purificar a água de tanto pesticida que começa a cobrir as nossas terras, que talvez nem haja loiça para lavar, porque será descartável, os nossos duches serão umas cabines vaporizadas com água reciclada, já que a água, como dizia alguém é o ouro do séc XXI. O prazer de saborear as nossas comidas será virtual, porque a comida vai ser uma coisa liofilizada ou em drageias. Perder-se-ão prazeres que nunca supúnhamos vir a acontecer. É a lei da vida: olho por olho, dente por dente. É que a Vida não é generosa para quem a trata mal.
Ponham-se a pau, minha gente. Nada disto nos pertence. Somos uns meros usufrutuários destas benesses que apenas pertencem aos nossos vindouros. Não têem vergonha de tanto desperdício?
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Grandes reflexões ao sabor da tua boca à solta. E que bem, Mar de Bem! E que mal virá se se confirmarem as tuas certezas.Outro dia rebentaram canos cá no prédio, os elevadores não funcionavam e a água foi cortada por dois dias. Que horror. Poupar água até ao milímetro. Não haver água para descargas, sentir o corpo mal lavado e tudo com água do Luso. Podes imaginar??? Hoje a minha veia poética desvaneceu-se. Ainda bem.estava mesmo a precisar de soltar palavras soltas. Abraço, mulher!!!!
ResponderEliminarNão penses que se safas a reciclar. Os sentimentos não se reciclam. Nem a reciclagem é feita para poupar. Apenas um negócio. Daqui não sai ninguém vivo... Uma certeza e uma esperança!
ResponderEliminargostei muito,
ResponderEliminarexcelente final de semana,
Boas energias,
Mari
Logo hoje que me preparo para um relaxe venho aqui, e ai!!! que ela fala sério.
ResponderEliminarTens razão. Ela tem razão, no que diz. Nem sempre festa...um tempo para derramar o vinho, outro para lavar os cestos.
Olho à volta e tudo é triste; o filme que contou uma história humana, mas pesadamente triste, o telefonema que fiz de parabéns à mãe do menino dos 52 anos, foi uma dor.
E mais não digo; porque amanhã é sábado, e depois dele, outros vêm.
Que estou de férias! Isso é triste???
Aos anos que ando a dizer isso.
ResponderEliminarAdiantou? Alguém praticou?
Pelo contrário, parece que se orgulham da sua falta de educação cívica.
Nos raros momentos de APARENTES VACAS GORDAS foi um fartar vilanagem!
O JORGE tem 90% de razão: ESSENCIALMENTE "descobriram" na reciclagem um NEGÓCIO DA CHINA...
Um beijo, MAR (e desculpa a ausência).
Beijos e abraços para todos
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