...e a gruta de Maria Encantada, na Graciosa, encerra os murmúrios dos deuses... e o canto das almas... ainda encantadas. Percorrem-me nas veias os sortilégios que dali emanam e derramo-me em silêncios cúmplices... Ali...moram deuses...
quarta-feira, 28 de julho de 2010
sábado, 24 de julho de 2010
Noite cultural na ilha Graciosa
"NA FLUIDEZ DOS CORPOS" poesia de Manuel Jorge Lobão.
...na fluidez dos corpos
tudo se desfaz e reconstrói
em pétalas de cor
em sonhos de amor
e mar
e morte...
...e dita por ele
...e pintada por mim...
...e do que foi dito, ficou ISTO!!!
...na fluidez dos corpos
tudo se desfaz e reconstrói
em pétalas de cor
em sonhos de amor
e mar
e morte...
...e dita por ele
...e pintada por mim...
...e do que foi dito, ficou ISTO!!!
sábado, 17 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Era galantinha, a casa das Tias...
........................a tenda, à entrada.
Era pela tenda (oficina de marceneiro do meu avô materno) que entravamos e subíamos uma pequena alameda ladeada de faias e cameleiras. Lá ao fundo bordejada por crisântemos, sécias, boninas e amores perfeitos, uma beleza de canteiro, quase jardim, eis que se nos deparava tão galantinha, tão branquinha, tão cuidada, a CASA das TIAS.
Aquele grande sicómoro à entrada tinha sido plantado no dia em que eu nasci, ali perto, na casa do outro avô.
Na cozinha, grande, com as traves em madeira à vista, respirava-se o cheiro das maçãs guardadas. Na amassaria preparavam-se as refeições que, no início eram cozinhadas em fogão de lenha. No forno, cozia-se o pão de milho e assava-se carne ou feijão. E naquela cozinha, ah, o que eu adorava à noite jogar à sueca à luz da lamparina a petróleo, ouvir as cagarras no seu crucitar lamentoso e terrível para o nosso dormir...
E foi ao som das cagarras que no final dos anos 50, nos juntavamos, nas noites estreladas, no balcão da sala para vermos... o Sputnik passar!
As Tias morreram há...tantos anos...
O tenor austríaco Kurt Spanier quis comprá-la, mas estava apalavrada...
O Tempo, a inexorabilidade do Tempo marcou esta casa, poder-se-á dizer, abandonada. Há dois anos quis emprestá-la a um primo, em princípio de "vida a dois", apenas com a condição de a manter habitável. Não mo permitiram.
Esta casa outrora tão galantinha, não aguentou estas chuvas intermináveis e... foi-se. Agora é uma ruína.
É mais uma morte na minha vida...
Apenas vos mostro esta tristeza...
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Fui a Lisboa, mudar de ares (mas já voltei!)
É sempre preciso ter outros ares para não surgirem os limos com que a minha alma ficou coberta, durante os meses de Abril e Maio, nas nossas ilhas Pico-Faial. A chuva demais torna-nos irritados, peganhentos, com vontade de bater em alguém, com vontade de gritar a todos os ventos que não há direito de, nós criaturas de Deus, ficarmos submersos com estas lágrimas do céu. Mas porque é que o céu chora tanto? Digam-me lá se isto não é um desaforo. Anda uma pessoa feliz da vida porque voltou à casa paterna, reviver sonhos novos e antigos, estruturalmente mais madura do que em tempos de juventude e, de repente os céus resolvem “botar faladura”, isto é, andam a vingar-se daquilo que gente ignorante e pesporrente faz da Vida nesta terra. Eu não tenho culpa!!! Não vejo gentes como eu a fazer o menor lixo possível. Reciclo tudo. Já não fumo.... Não percebo a má catadura deste tempo...
Sei que tempos de seca virão. Sei que muita gente suplicará por umas gotas de chuva. Sei também que iremos pagar caro tudo isto. Pergunto: porque desapareceram os tanques de água da chuva que pululavam em toda a ilha do Pico? Havia e ainda há, um enorme em casa das tias, em S.João do Pico. Armazenava água para todo o ano. Nunca houve seca que nos deixasse sem água, e não havia água canalizada.
Agora toda a gente usa e abusa da água potável, canalizada. Ninguém se perturba em poupar. Acham que é fonte inesgotável. Haverá um dia em que seja tão caro purificar a água de tanto pesticida que começa a cobrir as nossas terras, que talvez nem haja loiça para lavar, porque será descartável, os nossos duches serão umas cabines vaporizadas com água reciclada, já que a água, como dizia alguém é o ouro do séc XXI. O prazer de saborear as nossas comidas será virtual, porque a comida vai ser uma coisa liofilizada ou em drageias. Perder-se-ão prazeres que nunca supúnhamos vir a acontecer. É a lei da vida: olho por olho, dente por dente. É que a Vida não é generosa para quem a trata mal.
Ponham-se a pau, minha gente. Nada disto nos pertence. Somos uns meros usufrutuários destas benesses que apenas pertencem aos nossos vindouros. Não têem vergonha de tanto desperdício?
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