segunda-feira, 29 de março de 2010

reencontros


De Sidónio Bettencourt


reencontros

não sei se te encontrarás algum dia e se me vires não digas palavra. saberei dizer-te no olhar o que me escondeste dos olhos e da voz calada sentirás o poema da partida. se disseres chegada guardarei nas mãos todo o tempo de dar. esperei todos os dias pela claridade, mas amanhã de manhã não voltou. e a noite se fez dia e madrugada outra melodia e eu sem nada.

11 comentários:

  1. Pelo acaso vim ter ao espaço que contém tanta poesia que emociona.
    Sou arquiteto, e poeta talvez, lá no fundo de uma alma insatisfeita. Ainda bem que há tantas fontes onde a leitura de um poema é como banhar as proprias faces numa água límpida, cristalina.
    Cordiais saudações desde o Brasil,
    Adhemar Braga de Souza.

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  2. Este é o mal de muita gente. E boa viagem...

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  3. Este poema é de um amigo meu, que vive a tristeza com uma mágoa tamanha... que até doi!

    Eu estou partindo para a ilha do Faial, deixando a minha filha. Normalmente os filhos é que deixam os Pais, mas, neste caso sou eu que parto, para uns meses fora.
    Vou triste, pois vou... e o reencontro que eu queria, lá longe p'ra onde vou...já morreu...
    Vou olhar-me com novos olhos...

    Angela, João e Jorge, beijos.
    Adhemar, bem-vindo

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  4. Querida amiga
    Ainda bem que vens e que nos encontraremos e que vamos dizer muitas palavras para apagar tristezas: palavras sinceras e verdadeiras, insensatas, coloridas, interessantes, inócuas ou tolas. Mas sempre palavras amigas e de aconchego. E que vamos saborear o silêncio inteiro pela ilha dentro, só quebrado pelas tais palavras sinceras e verdadeiras e amigas.
    Cá te espero, qual mãe ou filha.
    Do texto acima gosto especialmente, de " se disseres chegada guardarei nas mãos todo o tempo de dar".
    O mais é demasiado triste para o meu sentir magoado de outras partidas irreversíveis.
    Beijinhos e boa viagem

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  5. Olha a Felizarda!!!
    Beijinhos

    Maria das Mercês, as nossas palavras são as nossas palavras. São únicas, pessoais e transmissíveis apenas a alguns eleitos. São muito nossas e não temos medo delas, porque não temos medo de nós. Somos estas criaturas com um toque de divino e às vezes...tolas! E não precisamos de fingir...
    Beijinhos p'rós nossos... e p'ra ti.

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  6. Margarida

    O texto é tão bonito que só uma pessoa muito magoada pode escrever assim.Do pouco que li do Sidónio Bettencourt é tudo intenso leve e profundo. As palavras são acordes dos que vibram na alma.E tu soubeste escolher as mais belas.
    Beijinhos

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  7. Estou perplexa com este «morceau» de prosa orlada de profundo sentir,de profundo pesar,de imenso querer...
    Mais perplexa fiquei pois acabo de «sair» de um texto lindíssimo dos «Frutos» da Lia e vejo que a espinha dorsal é a mesma!
    Beijos,Blimunda!

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  8. Graças a Deus que eu pinto, eu sinto e acima de tudo OLHO... e às vezes cantarolo... e nunca compito!

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