Hélia Correia recebeu o prémio literário "Inês de Castro" (nem sabia deste prémio...) com o seu romance "Adoecer".
Li-o em Maio, na Graciosa. Li-o até ao fim. Achei muita graça ao facto da autora dar vida a personagens de quadros e seus autores. Entrava-se na alma de cada personagem que ela desenhava no seu romance, a partir de autores (pintores) e personagens conhecidos. Era estranho, porque, conhecendo determinados pintores e conhecendo determinados quadros com diversas personagens, poderíamos supôr que a sua ficção era realidade. Era como que se cada um de nós pudesse entrar na trama da estória, por conhecer pictóricamente alguns desses quadros. Estranho, muito estranho...
É pesado, o livro. E é pesado porque a melancolia e neura da personagem principal, nos incomoda do princípio ao fim. Como que se ela tivesse vindo ao mundo (ao livro) para nos perturbar com aquela bipolaridade. Chato!...mas divino o conceito deste desenho literário. Belíssimo livro, apesar de fazer "comichões" as atitudes da personagem principal e de seu amado(?).
Parabéns, Hélia Correia. Um modo diferente de desenho literário!