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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

Nestas andanças... voando!



Há 3 dias realizei um sonho há muito desejado: viajar sem bagagem! Nem de porão, nem de mão. Simplesmente a mala (carteira) e o computador. É tão leve, tão agradável, que parece termos asas!

No check in online marquei o meu lugar no avião de maneira a poder tirar fotos ao Pico. Pico? Nem pensar! Está tudo coberto de núvens!

... e eis que ele me aparece, furando aquele manto branco!


QUE ESTE NOVO ANO VOS TRAGA BENESSES E ALEGRIAS, como esta que me foi oferecida!

sábado, 4 de junho de 2011

Cresci e... voltei lá, à casa onde nasci!

Cresci e... voltei lá, à casa onde nasci!

Procurei no restolho desta ruína uma maçaneta de porta, porque eu queria perceber qual o meu tamanho quando eu tinha dois ou quase dois anos!

Eu sabia que a Mãe estava do lado de lá desta porta. Ela estava tratando do avô (morreu, tinha eu dois anos). Eu queria ver a Mãe. Eu queria estar com a Mãe.
Estiquei-me o mais que pude, para poder chegar à maçaneta da porta. Não consegui e... quis choramingar.
Eis que um som estranho surgiu na frincha da porta. Que som era aquele? Fiquei suspensa ouvindo aquela melodia inesperada e tão esquisita. Era o vento assobiando, era o vento encanado, era a CORRENTE DE AR, e eu não sabia!!!

Ainda hoje, quando oiço o barulho da corrente de ar, uma lembrança doce me invade: a minha Mãe está do lado de lá daquele porta... Ela está lá, eu sei!!!












quarta-feira, 25 de maio de 2011

Domingo de manhã...

Domingo de manhã, passando na avenida marginal, a caminho de nada e a caminho de tudo... Olho e olho. Olho sempre. Há grandes motivos para umas fotos, mesmo sendo banais. Na ponta da doca atiravam "verylights" com o prazo de validade vencido. Deu um efeito giro...






sábado, 7 de agosto de 2010

quarta-feira, 30 de junho de 2010

sábado, 20 de março de 2010

PICO




...PICO!

Acordo. Ainda não, ainda não acordei. Deslizo da cama, ponho os pés nus no velho soalho de pinho resinoso e caminho até à janela. Um só olho aberto, que não quero ainda acordar .... Abro os tapa-sóis e...eis, eis o que me faz respirar um novo dia, eis aquela dádiva da natureza - o PICO! Os olhos abrem-se num rompante para saborear um GRANDE AMOR da minha vida – o PICO.
Este cenário gongórico, faz-me sonhar, faz-me sentir que eu, apenas um singelo ser humano, me sinto privilegiada olhando e saboreando todo este luxo. Sim, isto é um luxo!!!

Olho, volto a olhar, deixo-me enebriar pela silhueta majestosa, pelas várias gradações de tons e de luz, as núvens circundando ou acariciando este belo monumento da natureza...

...vou até à varanda...

...ah, mas hoje não há núvens!!! A aurora levanta-se sorrateira por detrás de S. Jorge e a estrela de alva altaneira olha-me sem rodeios. Está frio. Cheira a terra, a faias e a araçá. A passarada já é pouca, mas exuberante na sua cantoria. Recordo este mesmo cenário, 47 anos antes, quando o meu Pai me fez levantar da cama às 5h da madrugada, para ver o maior e mais belo espectáculo da minha vida, que jamais esqueceria. Nessa altura a nossa antiga quinta isolava-nos e a observação da natureza era mais tangível. Tudo era mais puro e excessivo: a natureza revelava-se no seu infinito esplendor...e eu agradeci a Deus me ter feito obediente (a fase da rebeldia fora acaçapada...) para saborear tal maravilha até à exaustão.
Agora olho o PICO como uma dádiva de Deus. Namoro-o. Ele seduz-me. Eu olho-o e ele revela-se. É quase uma troca de olhares...é um enamoramento. Eu sei que ele nunca me trairá. Eu sei que ele está e estará sempre ali, mesmo que não o veja.
E eu quero senti-lo!

Tenho de ir... e vou!
Atravesso o canal. Olho aquele PICO e sinto-o a aproximar-se. Já o respiro. Entranho-me nele, naquele cheiro a maresia misturada com urze e incenso. Caminho sem pensar, alheada de sons e vozes. E gosto de caminhar sòzinha entregue a sensações e emoções que não quero partilhar...aquela pontinha...a do PICO... aquela porta vermelha emoldurada pelas pedras negras cobertas de verde, o verde feérico das vinhas novas dentro de tanto preto... Não me interessam as coisas novas. Não as vejo. Passo sem elas, ou elas passam por mim e nem as vejo... apenas quero respirar as cores e emoções, profundamente, como se o Tempo já não me desse tempo para as ver.
À minha direita, o mar banhando ou salpicando de espuma as raízes negras que brotaram desse mesmo mar e se fizeram ILHA. Aquele mar desliza até que a minha vista
o perca. É imenso este mar. Será mar ou um manto fluido em tons de cinza e azuis? Também tem branco, aquele que congrega todas as cores. As minhas cores...as cores inesquecíveis do universo, aquelas que Deus plantou p’ra nosso deleite.
Chego às Lajes.
O Castelete obriga-me a circundar a vista, a paisagem alcandorada semicerrando a vila. Aqui não é o mar que me chama. Aqui sinto virar-me para norte, à procura de alguma estrela guia que me chama, que me apela a procurá-la. São montes esverdungados que se amontoam e prolongam o olhar. É o cabeço Mariano, é o Moiro, o Escalvado, as Cabecinhas e tantos que não lhes sei o nome. Eles existem ali apenas com o propósito de emoldurar, de preparar o olhar para a grande explosão magmática duma montanha em erecção, da minha montanha-macho, daquela que me entontece, que me derruba, que me faz transbordar a vista e a alma. Ali, nas Lajes, eu sinto a verdadeira grandeza e vigor da MONTANHA do PICO. Ali não é, nem há cenário. Ali é o universo em nós, é a FORÇA em infinito crescendo. Ali há Deus!



Margarida de Bem Madruga