"Fado é vida. Fado é beleza. Fado é força, ternura, esperança, incertezas, tempestades, bonanças, sol, amor, desânimo, ciúme, melancolia... O Fado tem raízes, tem terra... Tudo o que a vida tem, tem dentro de um fado..." - acabou de me dizer a minha Amiga Celeste Rodrigues, que canta o fado com o mais profundo de si mesma!!!
Dor
Desalento
Boémia
Sedução
"Tudo isto existe
Tudo isto é triste
Tudo isto é FADO"
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domingo, 27 de novembro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Poesia e pintura na ilha Graciosa
Há um ano Manuel Jorge e eu concretizamos um sonho meu. Numa noite cultural na ilha Graciosa, Manuel Jorge dizia sua poesia e eu ia pintando... Foi extenuante, mas lindo!!!
terça-feira, 28 de junho de 2011
De "A Deusa da Chuva"...
"Rodeado de claridades tomba o silêncio.
O rumor das essências busca, o fresquíssimo
e gotejante cheiro a luz perseguida."
"Mas ainda esse peso rubro, o crepúsculo.
Emancipa-se até ser sombra, cai
de bruços onde quer ser música"
in "A Deusa da Chuva" de Eduardo Bettencourt Pinto
O rumor das essências busca, o fresquíssimo
e gotejante cheiro a luz perseguida."
"Mas ainda esse peso rubro, o crepúsculo.
Emancipa-se até ser sombra, cai
de bruços onde quer ser música"
in "A Deusa da Chuva" de Eduardo Bettencourt Pinto
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Morreu Mário Machado Frayão...

Era poeta o Mário...
Pediu-me este verão para pintar alguns dos seus poemas... e foi-se, tão cedo, tão frágil, tão etéreo... a Vida não o consentiu mais...e os poemas agora morrem sós, solteiros...sem cenário, sem o lado de trás que os acolhia e protegia...
Mário, tão frágil, partiste...e foste só, no caminho que a sombra da tua vida te levou. Sê estrela, agora!!!

ENQUANTO O MAR SE RENOVA
(1987)
O gin-tónico
pode ser também um bar de Lisboa
mesmo ao pé do mar
A luz do sol
chegava duma praça liberal
estendia-se pelo chão
resplendente
inundava as mesas
O velho conta histórias de espiões
com certa nostalgia
Acerca disso
li algures um texto interessante
e gostei muito
acerca disso e das prostitutas do Cais do Sodré
O silêncio
comeu
vagarosamente
a alma deste porto
e dos outros portos do mundo
Ele paira
sobre as docas e os mares
como a pesada mão dum deus ameaçador
e brutal
Procuramos a noite
como todos os marinheiros
na certeza de que a terra é o melhor sítio aonde chegar
enquanto prosseguem as viagens interplanetárias
sem que se vislumbre a Ilha dos Amores
nem Calecute nem nada
Houve um que disse:
«Vou-me embora pra Pasárgada»
Eu não vou
O Tejo continua a ser o grande rio.
O navio andava sobre os campos
Nessa tarde ensolarada
mesmo abrasadora
tivemos uvas e ameixas
recordámos algumas tradições
e depois falámos de mulheres
O mar adormecera com tanto calor
e azul dominava todas as cores
O mergulho
a conversa depois da praia
aquelas tipas nuas mesmo à nossa frente
Durante o dia
esplendoroso
foi o cheiro de muitos violoncelos
O silêncio era quente
como as nossas mãos
e as palavras
— O navio andava sobre os campos
Eternamente.
Mário Machado Fraião
(in “AS RUAS DEMORADAS”, SETE ANOS DE POESIA, Mário Machado Fraião, SOL/POESIA, 1989)
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
sábado, 24 de julho de 2010
Noite cultural na ilha Graciosa
"NA FLUIDEZ DOS CORPOS" poesia de Manuel Jorge Lobão.
...na fluidez dos corpos
tudo se desfaz e reconstrói
em pétalas de cor
em sonhos de amor
e mar
e morte...
...e dita por ele



...e pintada por mim...


...e do que foi dito, ficou ISTO!!!
...na fluidez dos corpos
tudo se desfaz e reconstrói
em pétalas de cor
em sonhos de amor
e mar
e morte...
...e dita por ele
...e pintada por mim...
...e do que foi dito, ficou ISTO!!!
domingo, 13 de junho de 2010
Poema de TORGA

Súplica
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
segunda-feira, 29 de março de 2010
reencontros
De Sidónio Bettencourt
reencontros
não sei se te encontrarás algum dia e se me vires não digas palavra. saberei dizer-te no olhar o que me escondeste dos olhos e da voz calada sentirás o poema da partida. se disseres chegada guardarei nas mãos todo o tempo de dar. esperei todos os dias pela claridade, mas amanhã de manhã não voltou. e a noite se fez dia e madrugada outra melodia e eu sem nada.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Já gastámos as palavras...

Adeus
Eugénio de Andrade
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
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